É das aranhas mais conhecidas do mundo, presente essencialmente em zonas de arbustos, árvores, matas e jardins em praticamente toda a Europa e América do Norte.
A cruz branca que forma no abdomen faz desta uma aranha rapidamente reconhecida, sendo também o motivo de um dos seus nomes (Aranha de Cruz). Para além desse, também é conhecida como Aranha-dos-Jardins, Aranha-diadema ou epeira-dos-jardins.
De nome científico Araneus diadematus, com origem no latim Araneus = Aranha e diadematus = ornamentada com diadema, pertence à familía Araneidae, conhecidas por fazerem geralmente as teias no formato radial. Esta família tem cerca de 3000 espécies em todo o mundo.
A cor desta espécie varia muito, desde amarelos, laranjas e castanhos. Ao contrário de muitas outras espécies de aranhas, esta normalmente passa o dia no centro da sua teia. Alimenta-se sobretudo de insectos e outros artrópodes.
O que é realmente fascinante acerca desta espécie, é que ela reconstrói a teia todos os dias para aumentar a possibilidade de capturar presas. Antes de construir uma nova teia, a aranha come sua teia antiga, conservando as proteínas da seda (Foelix 1982 apud animaldiversity.org).
Apesar de ser uma aranha grande comparativamente a outras que encontramos no nosso país, é considerada uma espécie inofensiva ao humanos. É frequentemente uma aranha pacífica, escondedo-se quando perturbada, no entanto, se for demasiado perturbada poderá picar e provocar alguma dor local, sem outros efeitos secundários, passando após algumas horas.
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Para muitos, é um dos animais mais repulsivos da nossa fauna, para mim é dos mais bonitos e interessantes. Desde criança que ouço várias histórias e mitos sobre este pobre animal. Histórias de que teria peçonha ou que passava aos humanos a doença do cobrão (que hoje é sabido ser originado pelo vírus Zoster ou herpes) ou que atacava as mulheres em estado menstrual. São dezenas as histórias à volta deles, mas porque? De onde vêm estas crença? É algo que sempre me interroguei e por isso decidi investigar sobre o assunto.
Este animal, é o mais parecido que temos com os dragões dos filmes de fantasia, são chamados de Osgas em Portugal ou de Gecko (nome internacional), e são conhecidas três espécies distintas no nosso país. A Osga Moura (Tarentola mauritanica), a Osga Turca (Hemidactylus turcicus) e a Osga-das-Selvagens (Tarentola bischoffi), esta, só existente nas ilhas selvagens. O exemplar da fotografia, é um Gecko de Tenerife (Tarentola delalandii), endémico da ilha de Tenerife e da ilha de La Palma, nas Canárias.
As crenças sobre este animal não poderiam ser mais inequívocas, pois estes animais, para além de não terem peçonha, nem dentes têm para aleijar um ser humano. Alimentam-se essencialmente de insectos e aranhas, e por isso mesmo, são muitas vezes encontrados perto de lâmpadas acesas, já que as luzes atraem muitos insectos dos quais se alimentam. Até hoje, penso que ainda não foi encontrada nenhuma espécie de osga venenosa para os seres humanos em todo o mundo.
Mas de onde vem a crença de que a Osga é peçonhenta e venenosa?
É difícil perceber de onde começaram todas estas lendas. Li algures que quando se sentem ameaçadas acabam por defecar no agressor, o que acaba por ser bastante engraçado de perceber. Talvez daí o mito da peçonha.
Também há quem diga que esse mito está relacionado com a grande probabilidade de as encontrarmos nos nossos quartos em alturas mais quentes, em busca de mosquitos, mas a comichão não será certamente por causa das osgas, mas sim por causa das picadas dos insectos.
As osgas chupam o sangue dos humanos durante a noite?
Respondendo a esta pergunta, as osgas nem sequer têm capacidade para digerir sangue, mas existe uma pequena probabilidade de sermos lambidos por uma, pois o suor humano está cheio de sais e potássio, nutrientes essenciais ao organismo dos lagartos, sendo que por vezes poderá ser difícil obter todo esse sal apenas comendo insectos e aranhas. Portanto, se algum dia acordar a ser lambido por uma osga, não tenha medo, acordará limpinha e sem peçonha (é provavelmente mais fácil ganhar o euromilhões do que ser lambido por uma osga durante a noite).

O que fazer quando elas entram nas nossas casas?
Visto que não tem peçonha nem a capacidade para nos morder, uma das formas mais eficazes é simplesmente apanhá-las. Podem tentar com uma rede, um chapéu, uma caixa, existem muitas opções. Eu lavo as mãos, para não correr o risco de infecta-las com algum vírus, e apanho-as à mão. Nunca matá-las! Esse será o seu maior erro. Estamos a falar de um dos melhores insecticidas naturais que existem, podendo comer até 20 mosquitos por hora.
Curiosidades:
- As osgas têm a capacidade para perder a cauda quando ameaçadas e voltar a regenerá-la;
- Quando são capturadas, emitem um sons audíveis ao ser humano, os mesmos sons que utilizam para comunicar entre si;
- Têm capacidade de mudar de cor, consoante as características do meio em que se encontram e o seu estado emocional.
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Quando chega o inverno são muitos os animais que se vêm obrigados a migrar para zonas mais quentes do planeta, tal não é diferente para algumas espécies de insectos. Destes insectos, existe um em particular que tem vindo a fascinar o Homem há largos anos, principalmente, mas não só, devido às longas distâncias que este percorre.
São nativas da América do Norte e da América do Sul, mas hoje já são encontradas em diversos outros lugares, tais como Novo Zelândia e Austrália, ou até mesmo no Sul de Portugal. No Brasil estão essencialmente presentes nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Falamos da Borboleta Monarca (Danaus plexippus), inconfundível pelas suas cores exuberantes, laranja com listras pretas e algumas pintas brancas que servem de aviso aos predadores (que o seu sabor será desagradável ou que poderá mesmo levar à morte de quem tentar comê-la). O termo técnico para este tipo de coloração é colocaração aposemática (aposematismo).
Quando soube nem queria acreditar, mas esta borboleta é conhecida por percorrer milhares de kilometros, podendo mesmo chegar aos 5000 km, durante a sua migração, fazendo este percurso geralmente em 2 meses. Interessante também perceber que as borboletas que regressam, não serão as próprias, mas sim as suas crias, fazendo desta migração, uma migração multi-geracional.
A monarca é a única borboleta a fazer uma migração bidirecional tão longa, chegando a voar até 5000 Km no outono para chegar ao destino onde passará o inverno.
Mas, como é que elas se orientam em voo?
Segundo um estudo da Universidade de Massachusetts, as borboletas usam indicações quase exclusivamente do sol. Segundo Shlizerman “Uma é a posição horizontal do Sol e a outra é o acompanhamento da hora do dia. Isso dá ao insecto um compasso solar interno para viajar rumo ao sul durante o dia”.
Sobrevivência da espécie
Os cientistas começam agora a alertar para o facto das alterações climáticas estarem a afetar severamente estes animais. Estudos recentes mostram que as asas desta borboleta estão a aumentar e que estas estão a procurar migrar para zonas mais a norte da américa ou para outros continentes, talvez por isso tenham sido encontradas algumas populações no sul de Portugal, onde estas antes não existiam.
Infelizmente, as populações diminuíram mais de 80% nos últimos 20 anos e a criação em cativeiro, mesmo que com intenções ecológicas, está ter efeitos mais negativos do que se esperava. Segundo um estudo científico publicado na revista PNAS, as monarcas criadas em cativeiro não costumam migrar para sul pelas qual, em estado selvagem, demonstram a sua preferência natural. Ao invés disso, optam por rotas aleatórias.
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Aproveito esta publicação também para informar que vou fazer algumas alterações ao plano deste projecto. Deixei de ter página de instagram dedicada exclusivamente ao blog e passei a utilizar a minha página pessoal para o mesmo efeito, visto que praticamente também só a utilizo para fotografia de natureza. Podem seguir em @keepitnature. No entanto, a página do facebook do blog continua ativa, podem seguir em Facebook Natureza.pt .
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